sexta-feira, 30 de março de 2012

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Com a vida por um fio
Olhando pela  janela
Seu corpo tremia
 A doença o consumia
Outrora uma vida 
Cheia de alento
Agora já lhe aprás
A vida vivida
Num tempo mais atrás
 Com a vida por um fio
Tremulo e doente
Olhando pela janela
Deitando um ultimo
Olhar pelo horizonte
Guardando em si
Aquela paisagem linda
Deixando-se cair
Para o lado
Desfalecendo com um sorriso
Nos lábios sabendo
Que o seu fim
Tinha chegado


As pedras da calçada

Nas ruas da amargura
Andava calcorreando
As pedras da calçada
Triste e só entre lamentos
Vivia
Amargurado e chorando
A morte pedia
Um dia fugiu de si mesmo
Deixou-se ficar ali no canto
Esperando o que a sorte lhe trazia
Foi-se esquecendo de si mesmo
Desvaneceu
Mas a mão lhe estenderam
E do sofrimento o levaram
A morte foi-se embora
Aquela vida triste e sombria
Agora não existia
Vive com alento
Feliz e contente
A vida agarrou
E o seu rumo mudou

O pôr do sol

A ver o pôr do sol
Tu e eu à beira mar
Sentados na areia escaldante
Os nossos corpos
Juntos e entrelaçados
Numa constante ondulação
Dois corpos ofegantes
Na areia escaldante
Deitados e suados
Agora sentados por fim
Cansados e amados
Na areia fria
Sentindo a brisa
Que o mar trazia

O teu retrato

A rosa vermelha
 Que te dei
Os meus beijos levava
As minhas lágrimas
Apanhava
Tu não as quiseste
Triste fiquei
Mas a rosa guardei
Guardei-a junto
Ao teu retrato
Para de ti me lembrar
Mas ainda assim
O meu coração
Continua a chorar
Com o passar do tempo
A rosa que te quis dar
Foi morrendo
E junto com ela
O meu amor e sentimento
Assim foi a rosa
Foi o teu retrato
O meu amor
As minhas lágrimas
Tudo desapareceu
A vida continua
Mas uns olhos iguais
Aos teus eu continuo-o
A buscar

Perdida

Quem um dia se perdeu
No mundo por sofrimento
Hoje não se consegue encontrar
Na vida anda à deriva
Sem saber o que faz
Mas por fim se encontrou
Porque se enamorou
A vida agora tinha sentido
Vivia com alento
Sem sofrimento
Agora enamorada e amada
Amando cada momento
Cada galão de ar que respira
Assim vive a vida
Como se num jardim morasse
E assim vivia feliz
Amava e era amada

Mulher

Uma rosa
Uma mulher
Espinho
Uma vida
Tortuosa e cansada
Com lágrimas no rosto
Mas capaz de um sorriso
Nos momentos mais difíceis
Mulher, filha,mãe, amiga e amante
Um ser capaz de sofrer em silêncio
Mulher sofre por um filho
Sofre por um homem
Sofre pela vida
Mulher uma força rara da natureza