Pela primeira vez, a Carlota passava a época natalicia
com a sua avó, esta estava já meia doentada, mas lá ia fazendo as suas coisas,
a Carlota ajudava no que podia, assim que vinha da escola , lá ia ela a ajudar
a sua avozinha.
Os pais da Carlota trabalhavam na agricultura, eram
muito pobres, e nem sempre podiam dar o que a Carlota queria, mas havia sempre
o pão fresquinho feito ali mesmo em casa no forno a lanha, e os legumes sempres
fresquinhos as frutas, ela tinha tudo do melhor, tinha o amor incondicional dos
seus pais, vivia feliz a Carlota.
Mas, sabia que tinha primos e tias, tios, enfim tinha
a familia que não conhecia, foi então que em casa da sua avó que decidiu
escrever uma carta ao pai natal.
Pai natal, quero pedir-te um presente, mas não quero
brinquedos, eu gostava de conhecer a minha familia, podes leva-los para casa da
minha avó no natal??não te peço mais nada, há queria também que a minha
avozinha não fosse para o céu, quero tê-la sempre aqui comigo, ela está doentinha,
podes passar uma receita para ela ficar boa?? Pronto não peço mais
nada,obrigada querido pai natal.
Assim escreveu ela, ao pai natal, deu de seguida a
carta a sua mãe para que pusesse no correio, e assim foi, a Carlota ficou
contente por ter escrito a carta ao pai
natal, a mãe leu a carta, e não conteve as lagrimas, e ficou pensativa, como
iria ela fazer com que a familia se juntace?
Como iria ela embrulhar a receita para a avó, estava confusa, não sabia o que fazer,
decidiu falar com a Carlota, e disse-lhe.
-Sabes filha o pai natal ligou esta manhã cá para
casa, e disse que não conseguia arranjar os presentes que pediste, e para
escreveres outra carta com outros presentes, a Carlota ficou triste, e disse
que não queria outros presentes, então a mãe disse-lhe que iria falar com o pai
natal.
Entretanto o tempo passou , vieram as férias de natal,
e a Carlota estava radiante, era quase natal, ela estava feliz junto da sua
avó, até já prepararam a salinha para a noite de natal, estava linda de verde e
vermelho, e a lareira , a lareira parecia tirada de um filme, estava linda com
as meias la penduradas, há e tinha a cafeteira ao lume a fazer cafe, cheirava
bem.
Já era natal, e a Carlota ajudou a fazer as rabanadas,
os filhoses, e os couscurões, estava tudo tão lindo, e os pais trouxeram as
batatas da terra e as couves, para fazer o celebre bacalhau, estavam felizes, a
avó, o pai e a mãe da Carlota, e ela também estava, mas faltava ali qualquer
coisa, o resto da familia.
Mas na noite de natal, já estavam todos para se sentar
à mesa, quando senão ouvem a tocar à campainha, tlim tlão, tlim tlão, ficaram
admirados há quela hora tocarem á porta, foram lá ver, e era alguém que não
tinha casa, nem comida, não tinha natal, a mãe da Carlota deu uma moeda e
fechou a porta, desejando uma boa noite, mas a menina não ficou contente, foi
abrir a porta e convidou o senhor a entrar, os pais e a avó ficaram surpresos,
mas não disseram nada, foram então todos para a mesa, já estavam a começar a
comer, toca a campainha outra vez, tlim –tlão, tlim-tlão, a carlota disse , eu
vou eu vou lá, e foi, ao abrir a porta qual foi o seu espanto, ao ver tanta
gente junta miudos e graudos, verdade e ela nem os conhecia, mandou entrar,
ficou feliz quando ouviu a avó a chorar a chamar pelo seu filho e pelas suas
filhas, e restantes netos, é claro que o jantar ficou logo em segundo plano,
agora era altura de carinho, de apresentações, mas claro a Carlota nem precisou
de apresentações, foi se logo agarrando ao pescoço do tio e das tias, dizendo estar
feliz, comprimentou os primos e as primas que eram nove, eram muitos.
Lá foram jantar, e o jantar prelongou-se pela noite
dentro, foram conversando metendo a conversa em dia, e chegou a hora da ceia, e
mantiveram se por ali á lareira conversando, recordando velhos tempos, as
crianças ja dormiam, espalhadas pelo chão da sala e no sofá, até o senhor que
andava por ali a pedir, adormeceu também ao lado da lareira, no cadeirão que
ali estava, assim se passou a noite, foram todos descansar.
Pois nessa noite, a Carlota se levantou, para ir ver
junto á chaminé se o pai natal já tinha vindo, mas parecia que não, e voltou a
deitar se e adormeceu.
Tocam os sinos da igreja, la perto de casa da avó, e a
Carlota acorda, e vai a correr para a lareira, e não havia prendas , ficou um
pouco desanimada, mas a sua mãe entregou-lhe um embrulho, era ainda grandinho,
dizendo:
-Olha Carlota querida, o pai natal deixou esta prenda
para ti, foi so o que ele pode arranjar, visto que não querias brinquedos.
A menina foi-se sentar no sofá e rasgou o papel todo,
para abrir a prenda, era uma moldura linda dourada, com o retrato da sua avó ,
ficou contente e foi a correr mostrar a sua avó o que o pai natal lhe oferecera
este ano, assentou-se a avó e a Carlota, e a avó, disse-lhe:
-Sabes, sei que pediste ao pai natal que eu não fosse
para o céu, querias me sempre contigo, mas a avó tem que ir ter co o avô, já
não falta muito, e assim com esse retrato vês sempre a avó, e estarei sempre
contigo, no teu coração, por isso não fiques triste quando a avó partir, está
bem? Deram um longo abraço chorando as duas.
Mas o dia continuou, a familia estava reunida, estavam
todos felizes, já no fim do dia as despedidas surgiram, com a promessa de
voltarem mais vezes, a criançada foi toda contente para casa com os bolsos
cheios de guloseimas, estavam felizes.
A Carlota, essa estava radiante, escreveu ao pai natal
a agradecer.
Querido pai natal, obrigada por mandares o presente
que pedi, foi o natal mais lindo que tive até agora, embora só tenha 7 aninhos,
mas nunca me lembro de ter a família junta, e o pedinte, que também não tinha
natal, assim teve ele também uma família, um aconchego, uma refeição e não
dormiu nessa linda noite na rua, obrigada pai natal, já agora obrigada pela
moldura com o retrato da avó, assim vejo a todos os dias, mesmo que se vá,
sabes pai natal estou feliz, espero que tenhas feito todas as crianças feliz, e
que todos tenham uma noite tão linda como a minha, até para o ano pai natal.