domingo, 28 de janeiro de 2018

Trilho

Vagueio neste trilho sem tempo nem espaço
Tentando-me encontrar, como se fosse possivel
Neste trilho de escuridão
Onde tento encontrar o caminho certo
Mas não consigo, tudo me parece tão louco
Que já chego a dúvidar da minha sanidade mental
Mas por momentos fecho os olhos
Tento prescutar o mar, as suas ondas batendo nas rochas
Fecho os olhos mais uma vez, e sinto o calor do sol
Como é bom viajar, recordar os prazeres da vida
Vagueio neste trilho, sem luz com o tempo a escassear
Hooo como eu queria voar, sentir o vento no meu corpo
Ouvir os sons da natureza
Como é bom lembrar de um tempo já vivido
Que aos poucos vai sendo esquecido
Assim vou continuando a vaguear
Neste trilho sombrio, sem fim à vista
Vou continuar a procurar o caminho certo
Umas vezes rindo , outras chorando
Mas sempre esperando
Um dia o fim encontrar
E poder de novo respirar, e o meu mundo

De novo poder agarrar

Vida nas Palavras

Escrever é dar vida
Vida nas letras
que formam palavras
palavras que te dão vida
onde choras, sofres, sorris, danças, saltas
vida vivida com palavras
palavras soltas bailando ao vento
 palavras que te dão alento
que te alimentam o ser a alma
que te alimentam cada momento
por isso  lê , escreve
vive a vida , sente-a agarra-a
em cada palavra que dizes que sentes

em cada palavra que escreves

O Sonho

Sonhei que voava com o vento
Que velejava nas ondas do mar
Onde o horizonte e o infinito se juntavam
E as fadas brilhando com a sua magia
Em noite de luar bailavam
Foi só um sonho, onde se joga o jogo da vida
Onde tudo é mágico e perfeito
Não sei se fiquei desiludida, ou radiante
Com esta ilusão deste sonho que sonhei
Queria voar de novo
E nas ondas desse mar me deitar
De novo esse sonho, numa noite de luar
Tornar a sonhar

Sorrir

Quero sorrir mais uma vez e outra vez
Com as histórias que me contas
São palavras soltas sem fim que me fazem sorrir
Tento conta-las mas as palavras não são iguais
O efeito não é o mesmo
Fico triste, por não as saber usar
Sorrir, queria-te também fazer sorrir
Mas as palavras não são para todos
Uns são mestres e têm o dom de as proferir
Já eu não as sei juntar
Mas queria tanto, sabe-las contar
E no teu rosto um sorriso encontrar

Viagem

Sentada, sentada á beira rio escutando-o
Vou viajando ao som da natureza
Tento ir ao encontro de mim mesma
Ouvindo os lamentos da alma
Que grita cada vez mais alto
Acabando-se o dia e de regresso a casa
Tudo volta, num silêncio perturbador
Solidão, escuridão e uma tristeza sem fim
Que me rasga a alma
Vou desfalecendo
Até chegar a aurora do novo dia
Saio numa nova viagem
Viajando num labirinto sem fim à vista
Cansada sinto-me cansada
Cansada desta viagem, cheia de amarguras
Fico parada uma vez mais
Escutando o som da natureza
Agora sim, ouço-a chamar-me
Fico de olhos fechados, sentada á beira rio escutando-o
Deixando-me assim levar, em mais uma viagem
Para nunca mais voltar



Prazer

Quem me dera ter o prazer
O prazer da tua companhia
Dos teus beijos de fogo
Do teu toque mágico
Quem me dera
Já procurei por ti, no mar
No ar, já voei nas asas do vento
Gritei o teu nome
E de ti nem um lamento
Quem me dera amor ter o prazer
De te sentir ao pé de mim
Nos teus braços deitar me de novo
Quem me dera ter de novo o prazer
 Desta paixão acalentar
E a minha alma acalmar.


O Dia


Era chegado o dia, verdade o dia de natal
E com ele vinham as recordações
De ti, de como passavamos esses  dias de festa
Começava sempre na noite de vinte e três para vinte e quatro
Com um grande alguidar de barro
E com carinho, amassavas as felhoses de abobora
Num outro os couscurões
Era engraçado, pedias sempre para agarrarem o alguidaar
Depois la vinha bomba
No fim da massa estar bem amassada levavamos com ela na cara
Todos os anos era o mesmo, mas gostavamos
Eram tão bons, os teus fritos sempre feitos com amor
Mas já te foste, já não tenho esse prazer
De te ter comigo, mas deixaste-me o bichinho
Hoje sou eu que faço, tal como tu
Amasso a massa, chamo um dos teus netos e la vai bomba
Verdade, agora são homens e continuam a cair na mesma
Também eles como eu, lembram se de ti e como fazias
Faço com amor, muitas das vezes como tu sem poder
Mas ter o prazer de estarmos juntos
Mãe e filhos e agora netos também
E mais um ano quase passado
Espero poder estar á altura de mais um natal
De conseguir passar esse dia de boas recordações
Rodeada dos teus netos e bisnetos
Obrigado mãe, por me teres passado esses valores
Valores da família e de tradições
E está chegando
Chegando o dia


Dádiva

Pela primeira vez, a Carlota passava a época natalicia com a sua avó, esta estava já meia doentada, mas lá ia fazendo as suas coisas, a Carlota ajudava no que podia, assim que vinha da escola , lá ia ela a ajudar a sua avozinha.
Os pais da Carlota trabalhavam na agricultura, eram muito pobres, e nem sempre podiam dar o que a Carlota queria, mas havia sempre o pão fresquinho feito ali mesmo em casa no forno a lanha, e os legumes sempres fresquinhos as frutas, ela tinha tudo do melhor, tinha o amor incondicional dos seus pais, vivia feliz a Carlota.
Mas, sabia que tinha primos e tias, tios, enfim tinha a familia que não conhecia, foi então que em casa da sua avó que decidiu escrever uma carta ao pai natal.
Pai natal, quero pedir-te um presente, mas não quero brinquedos, eu gostava de conhecer a minha familia, podes leva-los para casa da minha avó no natal??não te peço mais nada, há queria também que a minha avozinha não fosse para o céu, quero tê-la sempre aqui comigo, ela está doentinha, podes passar uma receita para ela ficar boa?? Pronto não peço mais nada,obrigada querido pai natal.
Assim escreveu ela, ao pai natal, deu de seguida a carta a sua mãe para que pusesse no correio, e assim foi, a Carlota ficou contente  por ter escrito a carta ao pai natal, a mãe leu a carta, e não conteve as lagrimas, e ficou pensativa, como iria ela fazer com que a familia se juntace?
Como iria ela embrulhar a receita para a avó,  estava confusa, não sabia o que fazer, decidiu falar com a Carlota, e disse-lhe.
-Sabes filha o pai natal ligou esta manhã cá para casa, e disse que não conseguia arranjar os presentes que pediste, e para escreveres outra carta com outros presentes, a Carlota ficou triste, e disse que não queria outros presentes, então a mãe disse-lhe que iria falar com o pai natal.
Entretanto o tempo passou , vieram as férias de natal, e a Carlota estava radiante, era quase natal, ela estava feliz junto da sua avó, até já prepararam a salinha para a noite de natal, estava linda de verde e vermelho, e a lareira , a lareira parecia tirada de um filme, estava linda com as meias la penduradas, há e tinha a cafeteira ao lume a fazer cafe, cheirava bem.
Já era natal, e a Carlota ajudou a fazer as rabanadas, os filhoses, e os couscurões, estava tudo tão lindo, e os pais trouxeram as batatas da terra e as couves, para fazer o celebre bacalhau, estavam felizes, a avó, o pai e a mãe da Carlota, e ela também estava, mas faltava ali qualquer coisa, o resto da familia.
Mas na noite de natal, já estavam todos para se sentar à mesa, quando senão ouvem a tocar à campainha, tlim tlão, tlim tlão, ficaram admirados há quela hora tocarem á porta, foram lá ver, e era alguém que não tinha casa, nem comida, não tinha natal, a mãe da Carlota deu uma moeda e fechou a porta, desejando uma boa noite, mas a menina não ficou contente, foi abrir a porta e convidou o senhor a entrar, os pais e a avó ficaram surpresos, mas não disseram nada, foram então todos para a mesa, já estavam a começar a comer, toca a campainha outra vez, tlim –tlão, tlim-tlão, a carlota disse , eu vou eu vou lá, e foi, ao abrir a porta qual foi o seu espanto, ao ver tanta gente junta miudos e graudos, verdade e ela nem os conhecia, mandou entrar, ficou feliz quando ouviu a avó a chorar a chamar pelo seu filho e pelas suas filhas, e restantes netos, é claro que o jantar ficou logo em segundo plano, agora era altura de carinho, de apresentações, mas claro a Carlota nem precisou de apresentações, foi se logo agarrando ao pescoço do tio e das tias, dizendo estar feliz, comprimentou os primos e as primas que eram nove, eram muitos.
Lá foram jantar, e o jantar prelongou-se pela noite dentro, foram conversando metendo a conversa em dia, e chegou a hora da ceia, e mantiveram se por ali á lareira conversando, recordando velhos tempos, as crianças ja dormiam, espalhadas pelo chão da sala e no sofá, até o senhor que andava por ali a pedir, adormeceu também ao lado da lareira, no cadeirão que ali estava, assim se passou a noite, foram todos descansar.
Pois nessa noite, a Carlota se levantou, para ir ver junto á chaminé se o pai natal já tinha vindo, mas parecia que não, e voltou a deitar se e adormeceu.
Tocam os sinos da igreja, la perto de casa da avó, e a Carlota acorda, e vai a correr para a lareira, e não havia prendas , ficou um pouco desanimada, mas a sua mãe entregou-lhe um embrulho, era ainda grandinho, dizendo:
-Olha Carlota querida, o pai natal deixou esta prenda para ti, foi so o que ele pode arranjar, visto que não querias brinquedos.
A menina foi-se sentar no sofá e rasgou o papel todo, para abrir a prenda, era uma moldura linda dourada, com o retrato da sua avó , ficou contente e foi a correr mostrar a sua avó o que o pai natal lhe oferecera este ano, assentou-se a avó e a Carlota, e a avó, disse-lhe:
-Sabes, sei que pediste ao pai natal que eu não fosse para o céu, querias me sempre contigo, mas a avó tem que ir ter co o avô, já não falta muito, e assim com esse retrato vês sempre a avó, e estarei sempre contigo, no teu coração, por isso não fiques triste quando a avó partir, está bem? Deram um longo abraço chorando as duas.
Mas o dia continuou, a familia estava reunida, estavam todos felizes, já no fim do dia as despedidas surgiram, com a promessa de voltarem mais vezes, a criançada foi toda contente para casa com os bolsos cheios de guloseimas, estavam felizes.
A Carlota, essa estava radiante, escreveu ao pai natal a agradecer.

Querido pai natal, obrigada por mandares o presente que pedi, foi o natal mais lindo que tive até agora, embora só tenha 7 aninhos, mas nunca me lembro de ter a família junta, e o pedinte, que também não tinha natal, assim teve ele também uma família, um aconchego, uma refeição e não dormiu nessa linda noite na rua, obrigada pai natal, já agora obrigada pela moldura com o retrato da avó, assim vejo a todos os dias, mesmo que se vá, sabes pai natal estou feliz, espero que tenhas feito todas as crianças feliz, e que todos tenham uma noite tão linda como a minha, até para o ano pai natal.